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De cientista e louco...todo mundo tem um pouco!
domingo, 6 de setembro de 2009
Parei para ler um pouco os escritos dos pouquíssimos blog sobre o Ensino de Ciências que existem pela blogosfera e, uma postagem particularmente me chamou a atenção. Foi a postagem de um grupo de Biólogos do Mato Grosso do Sul, chamado Biosfera que eles entitularam De cientista e louco...todo mundo tem um pouco! (Clique aqui para ler a postagem)
O que eu achei realmente interessante foi o discurso deles sobre a concepção esteriotipada que as pessoas tem sobre os cientistas: "homem, de jaleco branco, de óculos, aparência de maluco, cabelos desalinhados e realizando experiências com explosões em laboratórios muito "doido"."
Como professor de ciências, confirmo algumas proposições feita pelos colegas. Concordo com o fato de que a visão/aparência do cientista ainda está muito ligada à imagem pop de Einstein e sua linguinha para fora para os alunos, pais e sociedade. Confirmo também a impressão dos alunos e pais que acham que o cientista é tido como uma pessoa que não tem vida social.
A maioria pensa que os cientistas são pessoas que vivem exclusivamente para o estudo, que não gostam de sair, de baladas, de viajar, de namorar... Várias são as impressões quando encontro alunos em algum lugar de lazer: "Oh, professor, o senhor por aqui?", "Estás fazendo o que por aqui?", "E o senhor sabe dançar?", etc.
Por outro lado, acho interessante pontuar a forma como a mídia fortalece essa imagem dos cientistas nos telespectadores através dos programas como Mundo de Beackman e o quadro Ciência em Show do programa da Eliana. Acho muito contraditório os referidos programas terem como objetivo aproximar as pessoas da ciência e exibir imagens e esteriótipos de sujeitos que ninguém queria ser: malvestidos, alvoroçados, péssimos piadistas e malucos (vide imagem). Vocês não acham? Quem vai querer ser cientista desse jeito?
Só sei que os custos desta "caracaturização" do cientista acaba sendo alto demais: as pessoas julgam a ciências como algo intocável e inaprendível, cada vez menos cientistas se formam, cada vez mais os professores e cientistas enfrentam desafios para mudar concepções tão bem definidas socialmente, dentre muitos...
Quais estratégias podemos usar em sala de aula para desmistificar a figura do cientista? Eu acredito que isso não será possível com estratégias, mas com uma postura firme e acessível, com o esforço do professor em aproveitar os próprios trunfos pessoais, e isso não está ligado a aparência física, mas, na energia, na qualidade de suas argumentações, na altura e no tom de sua voz, na vivacidade e nos gestos, na expressividade do olhar, na habilidade para manter o interesse dos alunos. Observem que isto não está relacionado com o como?, mas com o SOU do professor. Seja você mesmo! Essa é a melhor estratégia.
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